Lumar Costa da Silva, de 34 anos, que matou a tia e arrancou seu coração em 2019 em Sorriso, recebeu alta médica do CIAPS (Centro Integrado de Atenção Psicossocial à Saúde Adauto Botelho), em Cuiabá, e foi liberado pela Justiça para responder em liberdade, mas seguirá em tratamento psiquiátrico.
A decisão foi assinada pelo juiz Geraldo Fernandes Fidelis Neto na última quarta-feira (18), com base em laudos médicos que apontam estabilidade clínica e a possibilidade de tratamento ambulatorial.

Segundo o juiz, Lumar deve ser supervisionado por uma equipe multiprofissional e cumprir medidas restritivas, como não se ausentar de Campinas (SP) sem autorização, não frequentar casas de jogos, bares ou usar álcool e drogas.
O caso
Lumar matou Maria Zélia da Silva, de 55 anos, em julho de 2019, em Sorriso, segundo a Polícia Civil. Ele arrancou o coração da vítima e entregou para uma filha dela. Na época, o delegado André Ribeiro classificou o sobrinho como “perturbado” e “monstro”.

Em depoimento, Lumar afirmou que ouviu “vozes do universo” mandando matar e disse não se arrepender. Ele chegou a Mato Grosso poucos dias antes do crime, vindo de Campinas, onde teria tentado matar a própria mãe.
Laudos médicos
De acordo com o médico psiquiatra forense Rafael de Paula Giusti, Lumar tem transtorno afetivo bipolar tipo I, uma doença que causa alterações de humor, falta de controle e impulsividade. O uso de drogas, como LSD, agravou o quadro, aumentando a probabilidade de comportamentos violentos.
O primeiro laudo, elaborado em 2020, apontava que ele não tinha condições de conviver em sociedade. Outros laudos foram analisados, mas a Justiça entendeu que o tratamento ambulatorial é possível, desde que haja supervisão constante.
Segundo a decisão judicial, o paciente deve seguir o tratamento e as regras para evitar riscos à sociedade. Caso descumpra, poderá voltar à internação.