A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) identificou mais três corpos entre os 23 encontrados enterrados em cemitérios clandestinos em Rondonópolis e Lucas do Rio Verde, durante buscas por desaparecidos entre janeiro e fevereiro. O reconhecimento foi feito por exames de DNA, pois o avançado estado de decomposição dificulta a identificação. No total, 11 vítimas já foram reconhecidas.
Em Rondonópolis, 11 corpos foram achados em uma área de mata na Vila Goulart, em fevereiro. Segundo a Delegacia de Homicídios, as vítimas podem ter sido mortas por uma facção criminosa, pois alguns corpos estavam com mãos e pés amarrados.

Em Lucas do Rio Verde, 12 corpos foram encontrados enterrados em janeiro. O último identificado foi Fabiano Mendes Leite. Alguns corpos estavam quase em esqueletização, e um foi achado em estado de putrefação, indicando morte recente.

A Polícia Civil investiga a ligação das mortes com facções criminosas, que já cometeram crimes semelhantes em outras cidades do estado. Em Tangará da Serra, duas jovens de 18 anos foram torturadas e mortas, com o crime transmitido por videochamada a um preso da Penitenciária Central do Estado. Em Cáceres, no ano passado, uma adolescente de 16 anos foi morta após criticar a qualidade de drogas vendidas por uma facção. Em Porto Esperidião, duas irmãs foram assassinadas após supostamente fazerem um gesto ligado a um grupo rival.

O Atlas da Violência 2024 e o Monitor da Violência apontam 936 crimes violentos em Mato Grosso em 2023, incluindo 919 homicídios dolosos, 15 latrocínios e dois casos de lesão corporal seguida de morte. O aumento da violência levou o governo a lançar, em novembro de 2024, o programa “Tolerância Zero ao Crime Organizado.