Relatório aponta superlotação, tortura e falta de higiene em presídios de MT

Detentos que dividem a mesma cela de penitenciária em Mato Grosso — Foto: GMF-MT
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Um relatório do GMG-MT (Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e Socioeducativo de Mato Grosso) revelou graves problemas no sistema prisional do estado. O documento, assinado pelo juiz Geraldo Fernandes Fidelis Neto na segunda-feira (17), aponta superlotação, relatos de tortura, falta de materiais de higiene e descaso com a saúde dos detentos.

Durante vistorias em 26 municípios, foram identificados:

Superlotação: Celas projetadas para 12 detentos abrigam 18, como na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá. Em Juína, uma unidade para 152 presos tem 243.

Presos dividem espaço mínimo em unidade prisional

Falta de higiene: Detentos dividem escovas de dente infantis e aparelhos de barbear. Materiais de limpeza são insuficientes e de baixa qualidade.

Materiais de limpeza usados pelos detentos

Descaso com a saúde: Um detento colostomizado na PCE usa panos para coletar resíduos intestinais por falta de bolsas de colostomia.

Detento colostomizado usa pano por falta de bolsa de colostomia

Tortura e maus-tratos: Agressões verbais e uso excessivo de spray de pimenta foram registrados, principalmente na PCE e em presídios femininos.

Materiais guardados aguardam distribuição (Foto: GMF-MT)

A Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejus) afirmou que entregou colchões novos e kits de higiene há menos de um mês, mas o relatório critica a má gestão de recursos, como os R$ 20 milhões repassados em 2020 para modernizar o sistema prisional.

O documento faz sete recomendações, incluindo a distribuição imediata de materiais armazenados, como colchões e produtos de higiene, e a garantia de atendimento médico e odontológico adequado. O relatório foi enviado ao Ministério Público, Defensoria Pública, OAB e Tribunal de Contas para adoção de medidas.

“Mercadinhos” em penitenciárias de MT — Foto: GMF-MT

Enquanto isso, o governo de MT determinou o fechamento dos “mercadinhos” em presídios em 60 dias, o que agravou a escassez de itens básicos para os detentos.

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