Um pecuarista de Mato Grosso, identificado como Claudecy Oliveira Lemes, que possui 11 fazendas em Barão de Melgaço, está sob acusação de desmatar 80 mil hectares do Pantanal para a implantação de pastagens.
O fazendeiro utilizou 25 tipos diferentes de agrotóxicos, incluindo um composto similar ao agente laranja, desfolhante químico altamente tóxico utilizado pelos Estados Unidos durante a Guerra do Vietnã. Para realizar o despejo desses produtos, o acusado usou uma aeronave para espalhar toneladas de agrotóxicos sobre a floresta.
As áreas onde houve desmatamento somam o tamanho da cidade de Sinop. Imagens áreas mostram manchas cinzas, formada por árvores que secaram.

Segundo as investigações, o proprietário investiu aproximadamente R$ 25 milhões em agrotóxicos ao longo de três anos.
Claudecy Oliveira Lemes, de 52 anos, foi multado em R$ 2,8 bilhões, a maior sanção administrativa já registrada na história de Mato Grosso.

Desde 2019, o fazendeiro acumula 15 autuações por danos ao meio ambiente no Pantanal, incluindo por tentar alterar o curso natural de um rio.
Além do pecuarista, a polícia busca responsabilizar o piloto do avião utilizado para pulverizar os agrotóxicos, Nilson Costa Vilela, e o agrônomo Alberto Borges Lemos, acusado de selecionar os produtos químicos.
Os advogados do fazendeiro alegam que ele vem cumprindo um acordo de reposição florestal firmado com o Ministério Público de Mato Grosso.
O advogado do piloto do avião afirma que seu cliente aplicou sementes nas fazendas mencionadas no inquérito, porém nega a acusação de despejo de agrotóxicos para desmatamento químico. A defesa do agrônomo não se manifestou.