José Acácio Serere Xavante, de 42 anos, foi preso nesta segunda-feira (12) em Brasília pela prática de condutas ilícitas em atos antidemocráticos. O indígena atua como pastor e mora em Campinápolis, a 673 km de Sinop, onde já concorreu a prefeito — e foi preso e condenado por tráfico de drogas.
Após a prisão do indígena pela Polícia Federal, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) tentaram invadir a sede da PF e deflagraram uma série de atos de vandalismo em Brasília, que resultaram em ônibus e carros queimados. A Esplanada dos Ministérios chegou a ser fechada.


O que se sabe de José Acácio:
É apoiador do presidente Jair Bolsonaro e participou de atos contra o resultado das eleições 2022. Ele se apresenta como pastor e missionário. No final de semana, ele disse em Brasília que Lula “não sobe a rampa”;

A pedido da Procuradoria Geral da República, o Supremo Tribunal Federal determinou a prisão dele por participar de “manifestações de cunho antidemocrático” nas imediações do Congresso, no Aeroporto Internacional de Brasília, em um shopping e em frente ao hotel onde estão hospedados Lula e o vice Geraldo Alckmin (PSB).
A PF informou que José Acácio está acompanhado de advogado. A reportagem procurou o advogado dele, mas não conseguiu contato até a última atualização desta reportagem.
Ele se identifica como cacique. A Funai informou que ele não faz parte dos caciques tradicionais.
Em vídeo que circula nas redes sociais, um fazendeiro pede ajuda financeira para manter José Acácio e outros indígenas de Mato Grosso nos atos de Brasília. O fazendeiro também diz que ele e outros amigos já conseguiram mandar cerca de oito ônibus com indígenas para Brasília e pede dinheiro para continuar mantendo os manifestantes. “Estamos com um pouco de dificuldade para manter esses índios lá. Qualquer quantia vai ajudar muito. Estamos recebendo R$ 30, R$ 40, até R$ 500. O que vier será bem-vindo”, diz trecho do vídeo.