O presidente eleito, Luis Inácio Lula da Silva (PT), ligou, nesta terça-feira (29), para a vereadora de Sinop, professora Graciele Marques dos Santos (PT), após ela ser hostilizada por manifestantes em sessão da Câmara Municipal, na segunda-feira (28), por causa de uma suposta fake news.
Na ligação, Lula chama os agressores de fascistas, demonstra solidariedade à professora, diz que sente orgulho da atuação dela e se coloca à disposição. No começo da conversa, pergunta sobre o que ela enfrentou no plenário.
“Nós temos um cenário ainda muito forte aqui de pessoas que não aceitam o resultado das eleições e tem muitas manifestações antidemocráticas em relação a isso. Eles promoveram vários ataques e desrespeitos. Eu tenho sofrido esse tipo de ataque sempre por ser do PT e por ser de esquerda”, disse ao presidente eleito.
Em resposta, Lula pergunta se ela havia registrado tudo em imagens e pediu para que enviasse para ele.
“Então mande para mim, querida. Estou te telefonando para te dar um beijo e dizer que estou solidário com você. Vamos derrotar esses fascistas. Tenho muito orgulho e quero te dar um abraço. Qualquer negócio, pode ligar nesse telefone. Tchau, querida”, disse Lula.
Lula também fez uma postagem sobre o episódio vivido pela vereadora nas redes sociais.
“A violência política de gênero causou danos irreparáveis na política brasileira nos últimos anos. As mulheres precisam ser respeitadas na política e nosso país precisa recuperar a paz e a democracia”, escreveu.
Sessão da Câmara
Vídeos registrados durante a sessão mostram a vereadora Graciele sendo acompanhada por funcionários da Câmara, enquanto é seguida por pessoas vestidas de verde e amarelo. Ela recebe vaias e insultos, aos gritos. Em um momento, uma mulher tira o sapato e, rindo, ameaça jogar em Graciele, segundo as imagens.
A sessão foi interrompida por duas vezes e, enquanto ela discursava, parte do grupo fazia barulho para que não fosse ouvida. Em seguida, eles deram às costas para a vereadora, quando ela estava na tribuna.
A Câmara informou que foram tomadas as medidas de segurança que estavam em seu alcance e que solicitou, desde cedo, a presença policial na Casa para garantir a ordem.
Suposta Fake news
Segundo a vereadora, o protesto foi convocado nas redes sociais durante o fim de semana, depois que uma fake news começou a circular dizendo que ela apresentaria um projeto para remover os manifestantes de barracas montadas às margens da BR-163. Ela nega que apresentaria tal proposta.
O Partido dos Trabalhadores (PT), segundo ela, chegou a acionar a Polícia Federal para reforçar a segurança, mas foi negado.
